Em algum céu azul qualquer
A vontade de viver baila sob as nuvens...
Lá, aqueles que proclamavam crenças e ilusões
Agora cantam, amam, desiludem
Os que esperam ciclos de tédio e rotina,
Para guiá-los em sua jornada,
Decepcionam-se quando percebem
Que lá os dias não tem horas, nome, nada!
Apenas o deleite ingênuo presente
Nos momentos eternos e cíclicos
Podem oferecer um lampejo
Para procurar algum nome para o dia,
Se nomeá-lo não faz sentido
É por que não alimenta as entranhas da rotina!
Então o chamem apenas de vida, baderna real
Uma criança faminta que se lambuza no caos
Lá! Lá vai a Ilusão
Para, dança e chora
Desiste e se junta à aurora
Seu nome se torna canção
Lá! Lá vão as cores
Riem, mesclam-se e amam
Numa orgia que se torna farra
Desmancham o mundo em flores
E agora que as representações findaram,
Desiludidos dos papéis e promessas,
Volto-me para a última esperança:
Levantar, enfiar o casaco e ir para casa
Mas quando me viro
Lembro-me que “Lá!”
Foram queimadas casas e casacas
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