quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nadanão

Para aqueles que pensam

Que o nada é tristeza

Um aviso:


O nada não é nada não...

Repetição

Repete-se

Na repetida rotina

O sono ignorante

De não perceber a vida


Que passa

domingo, 8 de junho de 2008

De mãos vazias

Tranqüilo,

Apesar de sentado

Com minhas bobagens

Como se fossemos tias que tomam

Chá

Enquanto tecem fofocas


Cômico,

Mesmo sabendo que meus poemas

São longos demais

Como esperar um ônibus de mãos vazias

Sem ter paciência para

Falar sozinho


Escritor

Apesar de tomar consciência

De que esses poemas são

Suspiros de mim para mim mesmo,

Enquanto tomo chá

Comendo bobagens

Ao esperar o ônibus

De mão vazias

Sem paciência para

Falar sozinho

"o pop não poupa"

Nessa era do tudo

O nada parece fascinar

Gente demais


Tanto que logo

O tudo vai engolir o nada

Que não será nada mais

Inconstância do caos

Nada do que já foi pensado vale

A Inércia é em si insulto

Tudo o que existe muda

E a realidade aceita ilude


O nada que é negado vive

Na criatividade insana adormecida

A vida que se transforma agora

Anseia pelos loucos suicidas