quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pôr-do-sol no sexto andar

Narrativas míticas se perdem
na lucidez do apaixonante.

cotidiano à dois é inebriante,
Invenção do mundo em mil motivos

Instantes sinceros
nas intenções de se amar

Num prédio do centro, sexto andar
a cada momento,
uma história de amor acontece...

O suceder dos dias,
por vezes tão rápido no mudar das cores
momentos eternos quase relapsos
um puro amor intenso como o das flores

sabor de inverno
atravessando a primavera
na janela do andar um auspício me espera
se revela concreta do fim ao início
a vista indiscreta do horizonte urbano
o que não impede ao sol, meu pintor favorito
suas colorações inéditas de criador insano

praticando vipassana com pratos ensaboados
testemunho nossa cozinha ensolarada
sempre em movimento quase nem sinto
aquela saudade da estrada

(vicío de olhar
todos os dias em seus olhos
de mirada esmeralda
e infinita como o céu)

narrativas míticas se perdem
na lucidez de um apaixonante cotidiano
à dois inventamos o mundo
em nossas mútuas intenções de se amar