sexta-feira, 8 de julho de 2011

Outrando-se

Em mente
tenho resoluções certeiras
e de certo modo fixas
Sobre aquilo que me comove,
ser ou não ser

de modo passageiro
estou tranquilo em meus anseios
e talvez de pés fincados
no solo perturbado
das ilusões sem precedentes

expreito curioso
a cotidiana experiência
de divagar em meu calmo labirinto

eu me curvo ao meu ser superior
incertezas inconstantes
fico atento aos instantes de mutação interior

meu olhos
mais precisamente
meus globos oculares
são envoltos por uma névoa
que os sustenta como um manto
garras feitas de seda
uma alvorada entretanto

névoa crepuscular
laranja sensação
de uma tranquila ardência
fixa no agora

intenso profundo oceano
de ser em si outro
mas, como um capitão
de uma incrível nau
que em meio a um naufrágio
se eleva aos raios sorridentes
de uma lua cristal-crescente
e assim permanece
em lúcido vôo de tempestiva loucura

Três pessoas. Seis. Sete
a sempre imaginária
roda simples
de encontros reinventados

um sabor ócreo-púrpureo
de um amargor quase silvestre
um sabor quase inconteste
da doce realidade

que é servida na esquina
de qualquer grande cidade

Quantas mutações cabem em um instante
com quantos devaneios se configura uma fuga
com quantos saltos uma entrega delirante
se revela evolução e percepção iluminada
e se nas gotas dessa chuva fosse tudo uma ilusão
fosse tudo real na fronteira do nada

Lágrimas segundantes
desdobrando a via errante
na face esbranquiçada das nuvens

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