sábado, 29 de junho de 2013

companheirismos nas virtudes dessa andança


"A Edivaldo Silva, meu pai, amigo, público leitor de meus poemas
e fã incondicional de minhas canções atravessadas"

Ventos de outono em suas pestanas de goleiro
Sempre companheiro em meus projetos de andança
Parceiro dos primeiros passos, lume e esteio,
Dessa minha vaga esperança de ser artista

 Estranho como entendo seu estado de humor

Mesmo que não manifeste, mesmo que não de pista

Em alguma alteração audível em seu tom de voz,
Em algum olhar perdido quando está a sós

Talvez saiba mais do que o segredo

Que guarda a sete chaves em teu olhar de calmaria...

Talvez seja só um seu desdobramento

Essa minha eterna vontade de poesia

 

O vento do tempo varreu minha vida,

Arremedou minha inocência

Trouxe-me responsabilidades, trouxe-me barba,

Trouxe-me uma história, trouxe-me a amada,

Restou-me apenas lembrança,

 

Som da estrada, sol de verão

Pedaço de foto colorida

De quando criança,

Ainda não havia poetas,

Ainda não havia músicos,

Ainda não havia amigos

Nem mestres espirituais

 

Todos contidos, aglutinados, projetados

Como a galáxia em uma cabeça de fósforo

Na sua figura paternal e total

Que inspirou minhas primeiras palavras,

Meus primeiros acertos e meus primeiros sonhos

 

O céu de abril liminou-se ante o fim de março

Plurividente astrologia improvável

Que nos une em signo que pouco conhecemos,

A não ser pela própria experiência direta dos dias

 

São tantos companheirismos nas virtudes dessa andança

Foi presente seu o bom de ser criança...

Foi um espelhamento maravilhado

Todo o sonho contido em uma bola de futebol

A primeira vez no estádio,

Maravilhada emoção de sermos amigos

Assim como no arrebol colorido

Azul e amarelo se combinam sem esforço...

 

A voz amiga atrás do gol,

Quando sofria ataques do time adversário

E intimidado duvidava de minhas capacidades

Das quais você, sempre fortaleza, nunca duvidou

 

Caminho pelos dias aprendendo a ser gente

Pago contas, me responsabilizo

Pela vida que venho escolhendo viver

Mas por trás de toda concretude, de toda corrente

Há sempre o bom da fantasia

Como quando fomos ao cinema antigo

Conferir a adaptação daquele meu livro preferido

 

Pequenos momentos retratos

Como regatos compondo um rio imenso

Que fazem de nossos atos tão intensos

Entrelaçamentos em desrumos de existência

 

Intacta saudade aquela que senti

Quando cheguei ao mundo material e sua voz não ouvi

Ali se revelou um oceano de distância

Que do outro lado do mundo você talvez tenha sentido

 

Intactos versos da vida, compondo nossa história

Maestro improvisado tecendo a criação

Eu ali, abrindo os olhos, e você lá, engenhando no Japão

 

Você me deu a intensidade de sentir a vida aberta

Plena de possibilidades de meus sonhos loucos

É referência intangível da janela aberta

Tranquilidade intangível em minhas melodias ao violão

Simplicidade absoluta, Meta irrestrita

 que espero um dia precipite sobre nós:

 

Toda a serenidade para reconhecer nossa história

Toda coragem para celebrarmos o amor

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Como não ser apaixonado por um filho assim, taõ especial... Sou grado a DEUS por ter permitido nosso encontro... Continue sempre sendo sonhador, estradeiro e plenamente apaixonado pela vida! Amo voce filho querido.